FREDERICK WINSLOW TAYLOR (18561915)
Considerado o pai da Administração Científica, iniciou sua carreira como operário da Midvale Steel Works e, em seguida, ocupou o cargo de engenheiro chefe nessa empresa e na Bethlehem Steel Works.
Estudo de Taylor a repeito dos tempos e movimentos
A nova rotina e o novo ritmo de trabalho foram as inovações do modelo taylorista. Através dos estudos de tempos e movimentos, Taylor criou um novo tempo, o tempo de trabalho movido pelo ritmo intenso das linhas de produção das fábricas. Agora, não era mais o trabalhador-artesão que definia o seu próprio ritmo de trabalho. Era o ritmo impessoal imposto pela máquina que imperava no novo ambiente de trabalho da fábrica. As aptidões dos trabalhadores seriam transferidas para as máquinas e seriam elas que determinariam o ritmo do trabalho. A dinâmica e a rotinização do processo de produção eram impostas aos trabalhadores, prevalecendo a homogeneidade de suas ações, pois todos os produtos deveriam ser feitos no mesmo ritmo e com os mesmos movimentos.
Baseado em suas crenças e valores sobre o trabalho e o trabalhador, Taylor desenvolveu uma verdadeira “ciência do trabalho” em substituição aos métodos empíricos vigentes à época. Seu plano de incentivo salarial, por exemplo, foi uma novidade. Utilizou incentivos monetários sob a forma de gratifi cações por aumento da produção, para motivar os trabalhadores
O sociólogo polonês Sygmunt Bauman, em Comunidade: a busca por segurança no mundo atual (2003), descreve assim as mudanças ocorridas no sistema capitalista, fruto das inovações trazidas pelo taylorismo:
Duas tendências (ou mudanças estruturais no cotidiano do trabalhador) acompanharam o capitalismo moderno ao longo de toda sua história, embora sua força e importância tenham variado no tempo: (...) um esforço consistente de substituir o entendimento natural da comunidade de outrora, quando o ritmo era regulado pela natureza, como na lavoura; e a rotina, antes regulada pela tradição da vida do artesão, agora transformada em uma outra rotina artificialmente projetada e coercitivamente imposta e monitorada (BAUMAN, 2003, p. 36).
Tarefas
Segundo Chiavenatto (2004, p. 47), TAREFA “é toda atividade executada por uma pessoa no seu trabalho dentro da organização. É a menor unidade possível dentro da divisão do trabalho em uma organização”.
Modelo Teylorista de Gerência Científica
Taylor desenvolveu um conjunto de princípios e métodos de gestão centrado nas TAREFAS.
Aplicando métodos científicos de observação, ao identificar os erros cometidos pelos trabalhadores, e de mensuração, propondo o uso de novos métodos de controle de tempos e movimentos, o taylorismo ganhou status de modelo de gerência científica.
O modelo taylorista de gestão era voltado para a busca de soluções para o alto desperdício de materiais, matéria-prima e tempo, e para o baixo nível de produtividade dos trabalhadores daquela época. Como proposta de solução, Taylor concentrou-se na aplicação de métodos e técnicas de engenharia industrial com foco na análise e racionalização do trabalho. Os objetivos a serem alcançados eram a máxima produção e a minimização dos custos.
Taylor era profundo conhecedor do “dia-a-dia do operário” e, conseqüentemente, do que ele denominava “marcar passo” (mais conhecido em nossa sociedade como operação tartaruga), fruto da resistência dos trabalhadores à implantação de um modo mais racional de produção (também mais lucrativo ao capitalista e mais exaustivo ao operário).
Princípios Tayloristas
Os princípios tayloristas
• princípio do planejamento (substituir no trabalho, por métodos científicos, o critério individual do operário, a improvisação e a atuação empíricas);
• princípio do preparo (selecionar cientificamente os trabalhadores, prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor);
•princípio do controle (controlar o trabalho para se certificar de que ele está sendo executado de acordo com as normas estabelecidas e segundo o plano previsto);
• princípio da execução (definir as atribuições e responsabilidades de cada um no trabalho);
• princípio da supervisão funcional (a especialização funcional no nível de l supervisão, como hoje temos, por exemplo, o supervisor de manutenção, o supervisor de produção e o supervisor de qualidade);
• princípio da exceção (sistema de informação que prioriza apenas os desvios dos padrões normais, enfatizando as ações corretivas ou reforçadoras daí decorrentes).
Utopia Taylorista
Por isso, criou um Plano de Incentivo Salarial – quanto maior a produção do trabalhador, maior a sua gratifi cação, que aumentava de acordo com o número de peças produzidas por ele. “A remuneração dos funcionários deve ser proporcional ao número de unidades produzidas. Essa determinação se baseia no conceito de Homo economicus (concepção de que o homem é somente motivado por incentivos econômicos), que considera as recompensas e sanções fi nanceiras as mais signifi cativas para o trabalhador” (FERREIRA, REIS e PEREIRA, 1997, p. 16).
Vale lembrar que Taylor não foi o primeiro a analisar cientifi camente o trabalho. Foi precedido por Adam Smith, Charles Babbage e Eli Whitney
A criação de uma ciência do trabalho
Esta nova ciência ocupava-se de diversos processos metodológicos: a criação de normas e métodos de racionalização (por exemplo, o estudo de tempos e movimentos); de padrões ótimos de produção (produção padrão); da separação do trabalho intelectual do trabalho manual; da separação entre planejamento e execução; da busca da eficiência; entre outros.
The Best Way
THE BEST WAY Pode ser entendido como a melhor – portanto, a única – maneira de executar um trabalho para maximizar a eficiência de cada operário.
Sua principal crença era oTHE BEST WAY, a maneira certa de executar uma tarefa.
Treinando o operário na realização de tais movimentos no tempo mínimo necessário, seria possível alcançar o the best way.
Críticas ao sistema Taylorista
As críticas mais contundentes ao taylorismo partiram dos pensadores marxistas a partir de meados do século passado. As mais severas foram contra a ênfase nas tarefas e no ambiente físico, em detrimento do elemento humano, bem como críticas contrárias à concepção mecanicista da empresa.
Extraído do Livro História do Pensamento Administrativo do Professor Francisco Paulo Melo Neto do CEDERJ e da UFRRJ.
Nenhum comentário:
Postar um comentário